terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Revistas e... Revistas

Sempre gostei de revistas. Em papel. Ainda sou do tempo de lá por casa haver a Crónica Feminina. Sempre gostei do cheiro da impressão, de folhear de trás para a frente. Em criança, e quando o Festival da Canção ainda parava o país, fazia um figuraço com a revista TV Guia que publicava as letras das canções concorrentes. Anos mais tarde, foram a Bravo, a Top +, a Super Pop, e ainda mais tarde a Kapa, a Marie Claire, a Elle, a Vogue, a Máxima, a Telva, a Hola, a Grazia, a Allure, a Chi…enfim, a paixão foi crescendo até que, assim, sem nunca imaginar, nasce a revista Bastidores. 
Foi há já 11 anos. Há 11 anos!

A Bastidores (totalmente feita por mim – até a paginação!) começou por ser distribuída gratuitamente em recintos de espectáculos. Só tomei noção (será?) no que me estava a meter depois da transição para as bancas. Vi-me confrontada com termos que desconhecia em absoluto: lettering, fonts, livro de estilo, serifa, “cmyk”, targets, restringir o texto a um número de caracteres… E chega a parte dos números. O número de páginas, de cadernos, o número de colaboradores, os números muito baixos de publicidade… os números elevados de gastos…
Para tentar manter a Bastidores, uma revista cultural com especial destaque para as artes cénicas, nasce a Luxury & Glamour – a primeira revista em Portugal para mulheres a partir dos 40 anos -, a Ibérica Coast e a Gentlemen. Todas mensais e com targets diferenciados, ao encontro de publicidade especifica. Nenhuma delas tinha como missão ou objectivo denegrir ou prejudicar quem quer que fosse, ainda que sob pretexto de aumentar as vendas.
Ofereci páginas de publicidade – burrice! – sem ter qualquer retorno, dei clipping até mais não e… nada. E porquê?! Só mais tarde – e talvez já tarde demais – percebi que quem me tratava por «princesa» quando me cumprimentava, nas minhas costas questionavam de onde tinha saído «esta saloia», que até já tinha andado a fazer «uns teatros», ou quem era «esta» para ser directora de revistas?! Pois…
Tudo já foi dito e escrito sobre mim. Sei quem sempre esteve ao meu lado e me apoiou, assim como sei quem me prejudicou. Sei a quem devo, o que devo, quanto devo e a quem dei a ganhar e o quanto ganhou. Agora, sei tudo isso. Como sei que nem sempre desistir é um acto de fraqueza, pode ser até um acto de coragem. Ainda que ser empreendedor, em Portugal, é puro suicídio.
A PressCoast entrou em insolvência. Perdi a casa. Perdi anos de vida com tanta preocupação. Passei fome. Ganhei cabelos brancos e processos – nenhum deles por difamação ou notícias falsas ou inventadas! E só nunca conseguiram tirar-me a verticalidade. Coisa que não sabem o que é, aqueles que rejubilaram com o fecho das minhas revistas, pese embora pouco lhes importasse que havia postos de trabalho em jogo.

Agora pergunto, como pode alguém de bom senso ficar feliz com a infelicidade ou o insucesso dos demais?

Como podem alguns órgãos de comunicação social ficar contentes com o suposto do fecho da revista Cristina? Não tem sido a própria Cristina a fazer capas todas as semanas, que lhes têm dado dinheiro a ganhar? Será o receio que os anunciantes deixem as suas publicações e passem a anunciar na revista Cristina?

Pois não sei… Só sei que a Cristina Ferreira deu mais uma lição a toda esta gente, que durante as ultimas semanas tanto disseram e inventaram sobre o assunto.

E o que é que a minha historia tem a ver com a da Cristina Ferreira? Nada! 
Até porque eu nunca tive os recursos da CF. Todavia, desejo-lhe a continuação de sucesso e espero poder continuar a guardar mais edições da «Cristina» - para juntar às 24 -, e que não permita que nada nem ninguém transformem o seu sonho em pesadelo. 









sábado, 21 de janeiro de 2017

A intérprete do famoso tema ‘Chorando Se Foi (Lambada)’ foi encontrada carbonizada

Loalwa Braz, a cantora brasileira que com o  grupo Kaoma ficou conhecida pelo famoso tema Chorando Se Foi (Lambada), morreu esta quinta-feira (19-01-2017), aos 63 anos. A artista brasileira foi encontrada já sem vida dentro de um carro carbonizado na região de Saquarema, no estado do Rio de Janeiro. As autoridades adiantaram à imprensa brasileira que uma equipa de bombeiros foi chamada ao local onde se encontrava a viatura durante a madrugada para combater um incêndio numa residência. Suspeita-se que esta fosse a casa de Loalwa Braz, mas a polícia não confirmou esta informação. As equipas de socorro terão sido depois chamadas a um outro fogo que consumia um automóvel nas imediações. Foi então que encontraram o corpo da artista já carbonizado e está agora a ser investigada a relação entre os dois incêndios, que terão mão criminosa.

Loalwa Braz foi vocalista da banda franco-brasileira Kaoma entre 1989 e 1999 e depois apostou numa carreira a solo, mas o tema Chorando Se Foi (Lambada) foi, sem dúvida, o seu maior êxito. Foi precisamente graças a ele que a artista entrou para o Livro do Guinness como “uma das 20 vozes mais ouvidas no mundo”.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Ficção Ibérica


Diogo Martins
SIM, CHEF - a adaptação de THE KITCHEN – transmitida pela RTP consegue o seu propósito: Entreter e fazer rir. Ainda que por momentos me tenha levado a pensar que as personagens interpretadas por Miguel Guilherme e Diogo Martins tenham sido transferidas de Coração d’Oro (da SIC) para esta serie, na televisão pública. O chef (Miguel Guilherme) é dono dum temperamento difícil e com problemas com álcool e o aprendiz (Diogo Martins), um jovem de Braga, é dono dum maravilhoso sotaque nortenho – características que ambos desempenharam, e bem, já na novela da SIC. Mas, de salientar que o menino que se fez homem e é um homem cheio de talento. Diogo Martins dá cartas na televisão e no Teatro. É vê-lo no Teatro Maria Vitória, na Revista PARQUE ÀVISTA, onde “veste” e “despe” a pele de personagens HILARIANTES. E ainda bem que já é um homem feito, pois protagonizou uma quente cena com Benedita Pereira, recorde-se que foi namorada do “irmão” (João Catarré) na primeira serie de Morangos com Açúcar, ainda ele um cativante menino de olhos azuis. Esta é a magia de ser Actor. 

Também na RTP, O MINISTÉRIO DO TEMPO, a adaptação da serie espanhola EL MINISTERIO DEL TIEMPO, já na terceira temporada. Pese embora a hipotética ideia de poder viajar no tempo não seja inédita, EL MINISTERIO DEL TIEMPO tem recebido o reconhecimento do público e da crítica, arrecadado prémios e tem sido vendida para outros países, até para ser adaptada. A serie criada por Javier e Pablo Olivares, transmitida pela TVE, já deu origem à TIMELESS da NBC e, em Portugal a adaptação mantem o título original. É-me difícil falar sobre o original e a adaptação portuguesa. A TVE que tem um vasto currículo em series de época e em comparação, além da falta de meios é notória a falta de ritmo (e no caso de algumas personagens chave, um notório “erro de casting”). Quanto às estórias, bem… trocam-se Cervantes por Camões, revisitam-se as velhas quezílias, que a História relata, existentes entre os dois países da Península, tentando os espanhóis mudar o rumo da História e poderem assim vencer a batalha de Aljubarrota… e…, assim nasce “um ‘ministério’ à tuga”.

 Estreou na TVE mais uma serie histórica – EL FINAL DEL CAMINO –, numa co-produção com a Televisión de Galicia, que nos reporta à Galiza da Idade Média - até o final do século XI nos reinos de Castela, Leon, Galiza, Navarra - e aos primeiros passos na construção da catedral de São Tiago de Compostela. A serie estreou em simultâneo nos dois canais de televisão em Espanha, a 11 de Janeiro de 2017. A TVE transmitiu a serie em castelhano, como, aliás toda ela foi gravada. Todavia a TVG Televisión de Galicia, transmitiu a serie dobrada em galego - O FINAL DO CAMIÑO. Nem o casamento da Rainha Dona Isabel I de Castela com o Rei Dom Fernando II de Aragão, os Reis Católicos, há mais de cinco seculos foi suficiente para manter unidos estes reinos.

 CUÉNTAME CÓMO PASÓ estreia na TVE a décima temporada, revisitando os anos oitenta em Espanha, pela família Alcantara. Em Portugal – CONTA-ME COMO FOI - a serie foi adaptada à nossa realidade, ficando por cinco temporadas, mas com interpretações notáveis e inesquecíveis de Rita Blanco (margarida) e Miguel Guilherme (António), os Lopes, uma de muitas famílias portuguesas de 1968 a 1974.


Para terminar, a tão aguardada OURO VERDE, na TVI, com Diogo Morgado e Joana de Verona – ambos com vasta experiencia cinéfila. Que talvez faça a diferença – à frente dum elenco luso-brasileiro. Por ora, tenho seguido e a nota tem sido positiva. Só espero que não seja mais uma novela a metro, qual A ÚNICA MULHER que terminou com 540 episódios! Já nem no México fazem novelas assim! Aaah, saudades duma boa novela e só com 150 episódios… para deixar saudade. Menos, é mais!


segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

O discurso de Meryl Streep foi o grande vencedor dos Globos de Ouro



No discurso de agradecimento ao receber o prémio de carreira Cecil B. DeMille, Meryl Streep não deixou ninguém indiferente. Streep começou por falar de diferença e da sua importância, fazendo referência às inúmeras celebridades que se encontravam naquela sala, todas elas com inícios de vida diferentes e provenientes de lugares opostos, dos Estados Unidos ao Mundo. Artistas que se juntam para criar uma forma de Arte que deixaria de existir caso fossem todas "mandadas embora" - uma clara referência à ideia que Donald Trump defendeu durante a sua campanha eleitoral, de expulsar do país alguns grupos e etnias específicos. 

Streep criticou o presidente-eleito por ter troçado de um jornalista com uma deficiência, algo que não consegue tirar da cabeça, "porque não foi num filme", mas aconteceu na vida real, e apelou ao respeito e à necessidade de defender a imprensa e o jornalismo, para que possam continuar a denunciar e a salvaguardar a verdade. 

Numa nota final emotiva, partilhou com todos o que a sua amiga, a "querida falecida princesa Leia", Carrie Fisher, lhe disse: "pega no teu coração partido e transforma-o em arte".

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Evas e Evita

Eva Peron visitou Espanha, em 08 de Junho de 1947, na posição de primeira-dama e em representação da Argentina durante a sua visita diplomática pela velha Europa. O avião da Ibéria aterrou em Barajas onde o general Franco com a sua esposa e filha aguardavam a chegada de Evita, a defensora dos “descamisados”. A comitiva percorreu várias ruas de Madrid para chegar à Plaza de España. Durante a viagem a multidão aglomerou-se nas ruas acompanhando o itinerário, e à passagem da comitiva acenavam com as bandeiras das duas nações, que foram distribuídas pela multidão. Segundo os relatos da época, mais de meio milhão de espanhóis saíra às ruas para ver e aclamar a primeira-dama da Argentina.
Dizem que Evita deixou Franco impressionado com seu carisma e garra, porém ela ficou extremamente desapontada com a pequenez do general espanhol, pois rapidamente percebeu que Franco não era amigo dos pobres, do povo, dos “descamisados”, aqueles que ela amava. Evita encontrou uma Espanha pós-guerra, ferida, a recuperar muito lentamente da Guerra Civil, em oposição ao processo de reforma intenso em que a Argentina havia embarcado. Evita era o coração desse processo do peronismo, enquanto o marido, o coronel Juan Perón, foi a mente que estava por trás para tomar decisões finais. Na sua visita a Espanha Evita começou um discurso com: «queridos “descamisados” de Espanha, é preciso evitar tantos ricos e tantos pobres ao mesmo tempo. Menos pobres e menos ricos ...» e, obviamente, essa não era exactamente o discurso que agradaria a Franco, cujo apoio veio principalmente das classes mais altas.
Imortalizada no cinema e no teatro e com
a mais emblemática das musicas
No llores por mi argentina 

O carácter de Evita era tão forte que não deixou ninguém indiferente, a ponto de rapidamente ganhar uma legião de inimigos. As classes mais altas da Argentina tinham-na como o seu ódio de estimação; um ódio que veio da insatisfação com as reformas que os privou do poder tradicional e por declarações que proferiu publicamente. Evita nunca se calou e atacou com veemência, criticando e influenciando a opinião pública e as decisões de Perón, agravando o ódio dos ricos por si. Além disso Evita, simbolicamente, representava um ataque colectivo com o seu estatuto social, tendo sido uma mera e medíocre actriz, de origem humilde, que viveu com o coronel Juan Domingo Perón e que, depois de se casar com ele, a tornou na primeira-dama da Argentina.

Um par de anos depois da sua visita a Espanha foi-lhe diagnosticado cancro no útero. A lenda diz que ela não quis ser operado porque não queria perder um minuto do seu tempo para deixar de estar no comando das mudanças em que a Argentina estava imersa. Nas paredes e muros dos bairros ricos foi pintado, com um extremo mau gosto, "Viva el Cancer", em “tom festivo” enquanto Evita era dolorosamente consumida no seu leito. Depois de meses de sofrimento, Evita morreu com 33 anos - a mesma idade de Jesus -, e em consequência da morte prematura, os mortos tendem a tornar-se “mártires” e a memória torna-se mais forte, criando assim lendas e mitos. A figura de Maria Eva Duarte de Perón, Evita, “a santa dos descamisados”, ainda hoje é reverenciada como um dos principais símbolos do peronismo.

E quem tenha lido desde o início este post, questiona-se porque decidi eu escrever sobre Eva Perón. Bem, depois de recordar a visita a Espanha de Evita em «Carta a Eva», em verdade é uma das quadraturas do círculo que tento fazer com alguma regularidade, e que se escrevesse tudo o que tenho em mente, talvez fizesse mais sentido. Ou não. Porque quando encontro pontos em comum com o tema que quero explorar, começo a divagar.
O motivo que me levou a começar a escrever este post foi outro. Escrever é apenas um simples pretexto para denunciar o quão cruel o ser humano pode ser, independentemente da instrução, classe social, época, idade e género, que mesmo percebendo que a finitude é, afinal, uma realidade e pode estar perto, e com o sofrimento que a puta de uma doença – de seu nome, cancro – trás, consegue ser tão, mas tão desprezível. Com Eva Perón deu-se “vivas” ao cancro. Porém outras “Evas” há que continuam a ser discriminadas, a acumular sofrimentos com a solidão, a exclusão social, o abandono, a serem olhadas com pena – quando um abraço tem o milagroso poder que não há em medicamento algum. Acham que exagero? Não.
Por muito que me custe, a verdade é que não é exagero. É real. Acontece. E pode acontecer a qualquer um de vós, que se deram ao trabalho de me ler.
Ainda que muito fique por dizer (escrever), creio que expressei o essencial. Alguém que se regozije com o sofrimento de outrem, não só não tem respeito pela sua espécie – a humana -, com é tudo menos GENTE.   


A culpa é do Brexit

Com a anunciada saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit já está a fazer estragos na cozinha de Jamie Oliver. Os ingredientes para confeccionar os pratos italianos nos restaurantes dedicados às massas e pizzas (Jamie's Italian) estão cada vez mais caros. Desde que os britânicos decidiram que queriam sair da UE, no referendo de 23 de Junho de 2016, que a libra tem vindo a cair face ao euro, o que provoca o aumento dos preços dos produtos importados. E o Brexit também contribui para o facto de ficarem mais caras as despesas de formação de cozinheiros e para a diminuição de clientes, explica em comunicado o director executivo, Simon Blagden. No primeiro trimestre deste ano vão fechar seis restaurantes: Aberdeen, Exeter, Cheltenham, Richmond, Tunbridge Wells e Ludgate Hill, perto da Catedral de S. Paulo, em Londres. A decisão afecta 120 trabalhadores, menos de 5% do total de pessoas que Jamie Oliver emprega nos seus vários projectos, e que deverão ser integrados nessas outras áreas do grupo, promete Jamie Oliver.
Actualmente, Oliver tem 42 Jamie's Italian no Reino Unido e 36 no estrangeiro, estando prevista a abertura de mais 22 restaurantes dedicados à cozinha italiana. O cozinheiro tem outros restaurantes de outras especialidades, livros de cozinha, programas televisivos, sites com receitas, projectos de formação de cozinheiros, programas para introduzir comida saudável no dia-a-dia dos britânicos, mas que já conquistaram muitos outros países e nacionalidades. 

domingo, 20 de setembro de 2015

NA MINHA PELE

NA MINHA PELE começou por ser o titulo de uma peça de Teatro - onde mais de uma dezena de mulheres partilham, e simultaneamente escondem, as preocupações com a chegada dos 40 anos -, a actualidade social, e ao dar vida às preocupações de cada uma delas, era-me (quase) imposta encontrar uma solução.
Assim nasceu este espaço - Blogue e Facebookonde convosco partilho sugestões culturais, tratamentos de beleza (para vivermos bem na nossa pele), nutrição e deliciosas receitas, saúde, sexualidade e afectos, enfim, uma miríade de dicas e, essencialmente, a partilha de experiências vivenciadas, sentidas, NA MINHA PELE! 
É bom saber-vos desse lado. Sejam, todos, bem vindos!