sexta-feira, 4 de março de 2011

Dior by John Galliano – The End

(Paris, 4 Março)- A Semana de Moda de Paris para o próximo Inverno viveu um dia histórico, dominado pelo último desfile de John Galliano para Christian Dior.

A  maison optou por manter como estava prevista a apresentação de seu prêt-à-porter Outono-Inverno 2011-2012 no Museu Rodin, mas fez um discurso prévio de seu director, Sydney Toledano, para esclarecer certos pontos essenciais.
O desfile foi inevitavelmente belo e elegante, como todo desfile Dior, e as palavras de Toledano explicaram que foi um "resultado de imenso trabalho da equipe", explicou.
No entanto, ao relembrar dos últimos eventos acontecidos e com eles outros passados, como a deportação aos campos de concentração nazistas da irmã de Christian Dior, o discurso foi ao mesmo tempo um balde de água fria em um acto que por definição é uma festa, e que esteve nesta sexta-feira precedido por um ambiente silencioso e nostálgico.
Podia ser percebido ainda na rua, onde o dispositivo policial era mais visível que de costume.
Após meia hora de atraso, o presidente de Dior Couture condenou as palavras "intoleráveis" de quem até na terça-feira foi seu director artístico, agora acusado por injúrias racistas e protagonista de um vídeo que circula pela internet no qual aparece visivelmente embriagado celebra as práticas nazistas de Hitler, a quem diz "adorar".
SIDNEY TOLEDANO, PRESIDENTE-EXECUTIVO DA DIOR: "TEM SIDO DOLOROSO VER O NOME DIOR ASSOCIADO ÀS VERGONHOSAS DECLARAÇÕES ATRIBUÍDAS A SEU ESTILISTA".
A supermodelo Natalia Vodianova, uma das poucas celebridades que assistiram ao desfile, foi também uma das raras personalidades que saiu até agora em defesa de Galliano, a quem desejou que pudesse restabelecer-se logo.
Lembrou à imprensa que o designer estava doente, que era "vítima impotente do álcool" e que ela tinha-o visto dizer coisas horríveis a muita gente sob os efeitos dessa substância.
Em paralelo, o estilo Dior do próximo Inverno será ultrafeminino e de muita elegância.
A proposta pôde ser constatada desde o primeiro modelo: um espectacular conjunto de chapéu sobre uma jaqueta de couro, jersey bordeaux sob bolero violeta, calças de veludo até os joelhos, com botas de plataforma.
A harmonia era absoluta firmando os valores fundadores da empresa, na busca da beleza e da feminilidade, recordados por Toledano.
Ao contrário das ocasiões anteriores, em vez de Galliano a colecção foi aplaudida na presença de 50 funcionários do atelier vestidos de branco.
NA AUSÊNCIA DE JOHN GALLIANO, EQUIPE DO ATELIER DIOR SOBE À PASSARELLE AO FIM DO DESFILE PARA RECEBER OS APLAUSOS DA PLATEIA

Sem comentários:

Enviar um comentário