quarta-feira, 3 de outubro de 2012

“À procura de Diana” era afinal uma acção de marketing da Cacharel

Os consumidores parecem não ter gostado de saber que a acção “À procura de Diana” tinha afinal como objectivo promover o novo perfume da Cacharel, o Catch Me. A revelação foi feita pela marca esta terça-feira no Facebook.
Recorde-se que o movimento “À procura de Diana” terá começado a 15 de Setembro, dia da manifestação que trouxe centenas de milhares de pessoas para a rua. Ricardo Soares, de 24 anos, garantia ter conhecido na noite anterior “a rapariga da sua vida”, de seu nome Diana. Segundo relatava o protagonista, cruzaram-se no Bairro Alto e foram até ao jardim vizinho do Príncipe Real. “Sentámo-nos no banco de jardim e falámos até de madrugada, no final ela disse-me ao ouvido que me queria propor um desafio: ‘Encontra-me até dia 14 de Outubro, dia que volto para Paris, não te vou dizer mais nada sobre mim, nem apelido nem contactos’”.
A tentativa de reencontrar Diana transformou-se num fenómeno no Facebook, com a página a atingir quase 30 mil seguidores. Ricardo colocou faixas em vários pontos de Lisboa para sensibilizar as pessoas para a sua paixão, distribuiu panfletos e foi até notícia em vários meios de comunicação social. A TVI chegou a exibir uma reportagem com o protagonista.
Os seguidores de “À procura de Diana” é que parecem não ter gostado do desfecho. Na página sucedem-se os comentários negativos: “Deviam ter vergonha e espero que o perfume seja um flop” (Diana Carolina), “Não têm vergonha na cara? Acham que isto é maneira de fazer comunicação? Concluem que fizeram um bom trabalho para a marca, sinceramente?” (Constança Ferreira) ou “Acho lamentável. Conhecem a história do Pedro e do lobo? Como dizia David Ogilvy, ‘Publicidade é dizer bem a verdade’. E eu acrescento que não é dizer a mentira” (Pedro Miguel Vieira).
Cacharel está “a avaliar”
Fonte oficial da Cacharel em Portugal referiu ao M&P que “a marca está avaliar a campanha”, pelo que, em breve, irá pronunciar-se sobre a acção de comunicação e as críticas de que está a ser alvo. A marca também não avançou qual a agência que fez este trabalho. Entretanto foi criada uma página de um Movimento Anti-Cacharel Portugal. Os comentários negativos também já chegaram à página da Cacharel no Facebook.

Projecto semelhante investigado no Brasil
O órgão de defesa do consumidor Procon-SP e o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) decidiram em Julho passado analisar a acção da Nokia para promover o telemóvel Pure View 808. É que uma acção de marketing viral da marca no Brasil poderá ter posto em causa o código de defesa do consumidor e as normas de auto-regulação que determinam que todas as acções de publicidade têm de ser identificadas como tal. A multa por esta infracção varia entre os 162 e os 2,4 milhões de euros.
O viral “Perdi meu amor na balada” começou a circular a 10 de Julho e rapidamente se propagou nas redes sociais. No filme Daniel conta que perdeu o número de telefone de Fernanda. Só ao terceiro vídeo é que se percebe que é graças a um telemóvel da Nokia com câmara fotográfica que o jovem consegue encontrar Fernanda.

Fonte: Meios & Publicidade

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