quinta-feira, 11 de outubro de 2012

INFIDELIDADE FEMININA: A QUEBRA DO MITO

Novos estudos revelam que a mulher moderna trai mais facilmente ao mesmo tempo que tem maior dificuldade em aceitar traições


Um estudo norte-americano, cujos resultados foram revelados há pouco mais de um mês, adianta que a infidelidade feminina está a ganhar cada vez maior expressão contrariando a ideia de que o adultério é uma característica mais masculina do que feminina. “Se nos questionarmos em que medida a infidelidade está a mudar, não vemos, à primeira impressão, grandes alterações”, afiança David C. Atkins, investigador do Centro para o Estudo da Saúde e Comportamentos de Risco da Universidade de Washington. A questão é que, como o próprio afirma, após um olhar mais atento sobre este tipo de comportamento “começam a observar-se mudanças significativas”. Nessa medida, os investigadores da referida instituição académica descobriram que desde 1991 os casos de infidelidade protagonizados por homens com mais de 60 anos aumentou de 20 para 28 por cento enquanto que no sexo feminino e na mesma faixa etária esta cresceu de 5 para 15 por cento. As maiores mudanças foram, contudo, verificadas no comportamento dos casais jovens, sendo que os cientistas destacam que, neste momento, o número de casos de adultério feminino anda muito próximo dos masculinos. Se nas faixas etárias mais velhas, os novos fármacos (como o Viagra e outros medicamentos para a disfunção eréctil, estrogénio e testosterona) estão a ter um contributo decisivo tanto para o prolongamento da vida sexual como, com ele, o aumento dos casos de infidelidade; nas faixas etárias de menor idade, as novas tecnologias associadas ao papel profissionalmente cada vez mais activo da mulher revelam-se decisivos. De acordo com os pesquisadores, junto dos casais jovens a facilidade com que através da Internet se acede a conteúdos pornográficos está a alterar a percepção do que é um comportamento “normal”, repercutindo-se directamente no crescimento dos casos de infidelidade.

Trabalho e tecnologia: cúmplices da infidelidade
Helen E. Fisher, investigadora de antropologia na Universidade de Rutgers e autora de inúmeros livros sobre a base evolutiva do amor e do sexo, faz notar que o adultério é transversal às culturas e que as diferenças na tendência para o adultério de homens e mulheres têm mais a ver com as pressões sociais e culturais do que com verdadeiras dissonâncias de comportamento de cada um dos sexos. Nesse âmbito está que um homem com múltiplas mulheres é tipicamente visto como viril, enquanto que a mulher com inúmeros parceiros é catalogada como promíscua. O que é que está a mudar as estatísticas? Os pesquisadores sublinham que as mulheres (casadas ou não) tendem a sair a horas tardias do escritório ao mesmo tempo que viajam mais em trabalho. Por outro lado, mesmo as que passam boa parte do seu tempo em casa têm ao seu dispôr além dos telemóveis, o e-mail e os serviços de mensagem instantânea (como o Messenger) – permitindo-lhes a formação de relações mais íntimas. O psiquiatra Frank Pittman, autor do livro Private Lies: Infidelity and the Betrayal of Intimacy (Mentiras Privadas: Infidelidade e Traição da Intimidade) e psiquiatra especializado em crises familiares e terapia conjugal, reconhece: “Vejo um cenário no qual a ênfase está menos no sexo do que na abertura, intimidade e revelação de segredos”. Por outras palavras, o especialista constata que cada vez mais mulheres falam abertamente dos seus affairs com a ajuda dos meios electrónicos de contacto.

O melhor é não ser apanhada
Um outro estudo, também ele levado a cabo nos Estados Unidos, enleva que 74% dos homens e 68% das mulheres admitiram que seriam capazes de ter um affair se tivessem a garantia de que não seriam apanhados. Nesse aspecto, a infidelidade está dependente da oportunidade pelo que, como atrás referido, mais uma vez a emancipação feminina e a menor dependência da mulher em relação ao marido são importantes na mudança de comportamentos. Segundo a pesquisadora brasileira Carmita Abdo, coordenadora do Projecto Sexualidade, da Universidade de São Paulo, a maior percentagem de casos de infidelidade feminina ocorre por volta dos 40 anos, altura em que as mulheres estão mais resolvidas sexual e profissionalmente.

A traição que procura o amor
O que leva à infidelidade? Há uma base comum aos dois sexos relacionada com o não preenchimento pela relação oficial de necessidades afectivas e físicas. No entanto, diz Carmita Abdo que enquanto “os homens, em geral, consideram que o relacionamento sexual, desde que sem envolvimento emocional, fora da união estável, não é traição”, na perspectiva feminina: “a traição não é apenas sexual, mas emocional.” As queixas de que vivem um casamento aborrecido ou que o marido não dá a devida atenção precedem inúmeros casos de infidelidade feminina. “Eles traem porque se sentem disponíveis para terem aventuras, mesmo quando amam e desejam as suas mulheres. As mulheres dizem que traem para se sentirem amadas, desejadas, terem atenção ou por vingança. Elas culpabilizam os maridos ou os namorados por não lhes darem tudo o que precisam”, destaca a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Mirian Goldenberg. Ana Maria Zampieri, psicóloga que assina a obra Erotismo, Sexualidade, Casamento e Infidelidade, por sua vez, assume: “Nas minhas pesquisas, notei que mesmo pessoas felizes no casamento às vezes traem por curiosidade, para testar o poder de sedução ou para chamar a atenção do cônjuge (…) No meu consultório, algumas pessoas contam que traíram para reviver aquela sensação de excitação do início do namoro.” Daí a necessidade de manter elevados níveis de sedução dentro de uma relação. Para a especialista há também momentos críticos que ajudam a uma propensão para o adultério: nos dois primeiros anos, quando a paixão perde o fôlego; por volta dos dez anos, quando o sexo costuma ficar mais morno; e em torno dos 20, sobretudo se o casal não resolveu bem crises anteriores. Além disso, afirma, “Quando a oportunidade se apresenta, as pessoas mais impulsivas podem ter dificuldade em resistir ao desejo.”

Já não há amantes como antigamente
Nadine Kaslow, conselheira de família e psicóloga na Emory University School of Medicine, adianta sobre as circunstâncias que podem levar a mulher predisposta a ser fiel a mudar a sua postura: “Se ela não se sente apreciada, respeitada, se não é tratada decentemente… assume que não lhe é dado valor. Se encontra alguém que a ajuda a sentir-se bem consigo própria, que faz essas pequenas coisas, tem uma boa conversa, é muito sedutor, atraente…”
Não é só enquanto no papel de infiel que a mulher está diferente e com mais à vontade, pois face à emancipação feminina o homem que trai, explica Mirian Goldenberg, tem maior dificuldade em manter durante muito tempo uma situação polígama, isto é, um relacionamento em simultâneo com a mulher e a amante: “As duas mulheres exigem muito mais e aceitam com menos passividade essa situação. A descoberta da traição provoca divórcios. A tendência é a monogamia sucessiva: as pessoas casarem, separarem-se, casarem novamente, separarem-se… Assim, casos eventuais são mais prováveis do que um longo relacionamento paralelo.” A agravar, a infidelidade “quebra a fantasia romântica de que se é único.” E já que se refere a fantasia, é essa uma das principais características que associada à sensualidade leva muitas mulheres a procurarem outros companheiros. Explicam também os especialistas que a vivência da infidelidade feminina deixa maiores marcas do que a masculina, nomeadamente, porque as mulheres são mais emotivas e envolvem-se emocionalmente com maior facilidade, procurando, numa relação fora do casamento, emoções excitantes e novas experiências sexuais. Quanto há velha questão de que a espécie humana, ao contrário do que fazem crer as pressões sociais, pode não ser naturalmente monogâmica… tudo depende do conceito que cada um tem de monogamia - é que esta ideia, em sentido estrito, tem como bom exemplo na natureza não a nossa espécie mas o ganso… ave que após a morte do companheiro vive solitária até ao fim dos seus dias.

























- Telefonemas estranhos, sem explicação ou lógica, e quando atendidos geram nervosismo, tremores, mudança de tom de voz e saída do ambiente. 

- Expressão corporal. Encolher os ombros, piscar muito os olhos e enrugar a testa podem ser sinais de que o parceiro está a mentir.

- Marcas no corpo, roupas e perfumes pouco habituais.

- Vaidade exacerbada.

- Mudanças de comportamento e de atitudes no dia-a-dia. 

- Mudanças no ritmo de horário, de chegar ou sair de casa. 

- Disfunções sexuais: podem ter como causa o sentimento de culpa.

- Desinteresse sexual.

©Paula Martín da Silva/Fotos:DR

4 comentários:

  1. Gostei! Parabéns Paula
    beijo no seu <3

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  2. bem os homens agora vão ficar atentos eheheheheheh

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  3. É raríssimo encontrar mulheres que admitam a perfídia feminina.
    Parabéns!

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