A marca Salvatore Ferragamo há muito que conquistou o Mundo,
primeiramente pela excelência na qualidade dos seus sapatos sendo, no início de Século XX, apelidado de “o sapateiro das estrelas” e “o sapateiro dos sonhos”.
O império Ferragamo foi crescendo no mundo da moda e além
dos sapatos, carteiras, malas, luvas, roupa e perfumaria, para quem não sabia,
a família Ferragamo é proprietária de uma fábrica de iates, de hotéis de luxo e,
tem vindo a deitar cartas no mundo do vinho e do enoturismo.
Ao falarmos de Ferragamo, imediatamente associamos a luxo. E
assim é.
Não só em todos os produtos do segmento moda mas, também os hotéis,
como o Lungamo e o Il Borro.
Salvatore Ferragamo Filho, comprou a villa medieval, Ill
Borro, há cerca de 15 anos e muito foi investido na recuperação que levou cerca de cinco anos a ser concluída.
O restaurante, o Osteria del Borro, consta no célebre Guia
Michelin e, os vinhos Il Borro, Polissena e Pian Di Nova, produzidos na
propriedade, têm vindo a conquistar vários prémios pelo Mundo.
Nascido em 5 de Junho de 1898, em Bonito, vilarejo rural a 100 km de Nápoles, Itália, Salvatore Ferragamo desde pequeno mostrou ter uma vocação: a de fazer sapatos. Aos onze anos foi aprendiz de sapateiro, trabalhando com Luigi Festa, com que aprendeu tudo sobre a profissão e, aos 13 anos abriu uma sapataria em sua cidade natal, onde não se limitou a fazer reparos e confeccionar botas a agricultores, mas também a desenhar modelos exclusivos e literalmente a criar moda para os pés femininos. Perspicaz, o designer escolheu um domingo para inaugurar a sua loja, que ficava exactamente em frente à igreja local. Depois da missa, uma pequena multidão de curiosos aproximou- se e o sucesso foi imediato, apesar das piadas sobre a idade do pequeno empreendedor. Em 1912, com 14 anos, o designer já contava com clientes nas cidades vizinhas e seis assistentes na loja. Foi quando, mais uma vez, sentiu que podia ampliar os horizontes e partir em busca de novos desafios. Dessa vez, embarcou rumo aos Estados Unidos para se juntar aos irmãos mais velhos.
Decepcionado com a qualidade e o acabamento dos sapatos
produzidos em série nas grandes fábricas de Boston, onde um de seus irmãos
trabalhava, Salvatore foi ao encontro dos outros parentes em Santa Bárbara, na
Califórnia, próximo dos grandes estúdios de cinema. A partir daí, abriu uma
pequena loja para confecção e reparos de sapatos, passou a produzir modelos
para cinema e, de imediato, começou a receber encomendas de calçados sob medida
das maiores estrelas de cinema da época, como Ava Gardner, Marilyn Monroe e
Greta Garbo. Enquanto isso, em sua constante busca por “sapatos que se
ajustassem perfeitamente”, começou a estudou anatomia humana, engenharia
química e matemática na Universidade de Los Angeles. Salvatore foi obrigado a mudar-se
para Hollywood por causa de sua clientela e lá abriu sua famosa Hollywood Boot
Shop, em 1923. Os personagens mais célebres do cinema foram seus clientes e a
Salvatore foram dados os apelidos de “sapateiro das estrelas” e “sapateiro dos
sonhos”.
Em 1927, regressa a Itália, estabelecendo-se em Florença,
cidade tradicionalmente riquíssima em artesanato. No ano seguinte inaugurou a
primeira fábrica de sapatos totalmente confeccionados à mão, com uma equipe de
60 artesãos treinados directamente pelo mestre, e uma loja no Palácio Spini
Feroni. Lá, o sonho de um homem se transformou em uma empresa que passou a
produzir mais de 350 pares de sapatos por dia. A fama dos seus sapatos,
apreciados pela beleza e comodidade dos modelos e pela refinada elaboração, estendeu-se
por toda a Itália e pela Europa, fazendo do Palácio Spini Feroni, ponto de visita obrigatório dos grandes nomes internacionais.
Mas foi nos anos 30 e 40 que Salvatore mostrou a sua
verdadeira inovação, desenvolvendo sapatos com novos materiais como celofane e
cortiça, devido à escassez do couro na época. Com a crise na Europa, ele
começou a utilizar materiais mais baratos, como o cânhamo, a palha e os
primeiros materiais sintéticos. A sua principal invenção foi uma palmilha
compensada. Ele ficou conhecido por não gostar da produção em série porque
acreditava que cada par deveria ser desenhado em detalhes. Sempre pensando no
conforto, as suas criações eram, além de belas, anatómicas. Assim como os
grandes nomes do design, inventou novas formas, baseando-se nas necessidades
funcionais e estéticas, como a sola inclinada de cortiça, de 1937, projectado
para dar maior estabilidade. O salto Anabela, de 1938, é outra prova disso. Contemporâneo,
Ferragamo era particularmente interessado em arte, design e arquitectura. O
sapato que criou em 1939, por exemplo, com salto alto em mosaicos, remete a
tendência da arquitectura utilizada no interior dos edifícios na época. O
estilo dele era também caracterizado pelo forte uso de cores. A sua paleta de
cores era composta por tons fortes e ousados, quebrando os padrões da época,
que utilizavam as cores bege, branco e preto.
Apesar das sandálias de couro, das plataformas
multicoloridas, das sandálias romanas com tiras que se amarravam e dos sapatos
com salto-agulha de metal, esses últimos imortalizados por Marilyn Monroe, o
primeiro grande sucesso de Ferragamo foi a sandália invisível, de 1947, feita,
em parte, com fios de náilon. A criação valeu-lhe, naquele ano, o prémio Neiman
Marcus (importante prémio na moda norte-americana que, até então, nunca tinha
sido concedida a um designer de sapatos). Outro destaque da sua carreira foi a
sandália Calipso, produzida com tiras de cetim pretas, em 1955.
Nessa época a
marca SALVATORE FERRAGAMO era um verdadeiro sucesso.
Até 1957, o génio italiano criou mais de 20 mil modelos e registado 350 patentes. O estilista morreu no a 7 de Agosto de 1960, mas a sua
família continua à frente do “império”. Os seus seis filhos e sua mulher Wanda
herdaram o gosto pela perfeição e mantêm viva a história do pai dando
continuidade ao trabalho artesanal, reeditando clássicos e lançando a partir
dos anos 90 colecções de lenços, cosméticos, perfumes, óculos, prêt-à-porter e
acessórios para homens e mulheres, um velho sonho do mestre Salvatore. Além
disso, esta época foi marcada pelo início de uma forte expansão da marca no
continente asiático, com inaugurações de lojas em Hong Kong e Xangai.
O crescimento contínuo do Grupo Ferragamo, adquiriu a
sofisticada grife francesa Emanuel Ungaro em 1996 e, desde 1997, também hotéis
em Florença. Os mais de 20 herdeiros, entre filhos, primos e netos, participam activamente
nos negócios. Em 2009, a marca ampliou a sua rede de lojas para mais de 550
unidades, incluindo 19 novas lojas inauguradas em aeroportos. O crescimento
continuou no ano seguinte, principalmente nos mercados asiáticos, especialmente
a China, fazendo com que a marca italiana superasse 1 bilhão de dólares em facturação.
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